O brasileiro tende a enxergar na crise uma oportunidade. A nova edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2009, divulgada dia 06/04/2010, em entrevista coletiva, em São Paulo, confirma esta afirmação.
Segundo o estudo, no ano passado, mesmo com a crise financeira internacional, o Brasil atingiu a maior taxa de empreendedorismo por oportunidade - 9,4% contra 5,9% da taxa de empreendedorismo por necessidade. Para cada 1,6 empreendedor por oportunidade temos um por necessidade.
Nas últimas nove edições da Pesquisa GEM, a taxa de empreendedorismo por oportunidade vem demonstrando crescimento gradativo, passando de 8,5%, em 2001, para 9,4%, em 2009.
A pesquisadora do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Simara Greco, explica que a elevação em 2009 se deve ao alto crescimento ocorrido isoladamente nos empreendimentos nascentes, que passou de 2,93%, em 2008, para 5,78%, em 2009.
Deste último dado, 4,3% são empreendimentos nascentes por oportunidade. O IBQP é a instituição executora da pesquisa no Brasil, que conta com a parceria do SEBRAE.
No ranking dos países com nível comparável de desenvolvimento econômico da GEM 2009, o Brasil é o sexto mais empreendedor, com taxa de 15,3%, o que equivale a 18,8 milhões de pessoas.
A taxa geral se refere à soma dos empreendimentos novos (que surgiram nos últimos três anos e meio), que foi de 9,75%, e dos empreendimentos nascentes (com até três meses de vida ou ainda em processo de criação), que ficou em 5,78%.
A atual taxa está acima da média histórica do Brasil, que é de 13%. Em 2008, a taxa ficou em 12%.
A partir dos dados da GEM é possível concluir que a atividade empreendedora é uma das causas para a geração de renda e elevação do Produto Interno Bruto (PIB) dos países.
Assim ocorreu no Brasil. Durante a crise financeira internacional, a economia brasileira manteve-se dinâmica, devido, principalmente, ao mercado interno, abastecido por micro e pequenas empresas, nascentes ou não, em sua maioria, dos setores de Comércio e Serviços.
O mesmo não ocorreu nos Estados Unidos. Devido a opções diferentes do país nos anos anteriores, não surgiram, no ápice da crise, oportunidades visíveis de negócios que estimulassem a ação empreendedora.
Segundo o diretor-técnico do SEBRAE, Carlos Alberto dos Santos, "a pesquisa GEM comprova que o Brasil está mudando para melhor". "Estamos já vivendo um ciclo virtuoso de crescimento, com inclusão social. Isso se reflete na disposição das pessoas em empreender", afirma.
"A motivação para abrir o próprio negócio e se aperfeiçoar na atividade desempenhada baseia-se em horizontes promissores, que não se fecharam para o Brasil nem quando grande parte dos países mergulhou na recente crise financeira.
No auge da crise, sondagem feita pelo SEBRAE mostrava que os pequenos negócios continuavam apostando em um bom 2009. Mais uma vez, o segmento mostrou ser o lastro confiável do crescimento sustentado que se espera para o Brasil", assinala Carlos Alberto dos Santos.
Outros países
Na China, 18,8% da população adulta (169 milhões de pessoas) é empreendedora. Apesar desse grande número, a proporção é de um empreendedor por oportunidade para cada um por necessidade. Já na Rússia, o número de empresários é menor, com taxa de 3,9% (1,3 milhão), porém, a proporção de empreendedores por oportunidade é maior: 2,35 para cada um por necessidade.
Quando comparada aos países citados acima, a Suíça apresenta maior disparidade entre as proporções. A Suíça possui taxa de empreendedorismo (TEA) de 7,72%.
Além desse alto índice de empreendedores, para cada pessoa que empreende por necessidade, 13 o fazem por oportunidade. Nos Estados Unidos, a TEA é de 8%, com proporção equilibrada de três empreendimentos gerados por oportunidade e um por necessidade.
Ao analisar 13 países membros do G-20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) que participaram do estudo, a GEM 2009 constatou que a população da China é a mais empreendedora, com taxa de 18,8% (169 milhões de pessoas), seguida do Brasil, com 15,3% (18,8 milhões); Argentina, 14,7% (3,5 milhões); Estados Unidos, 8% (15,4 milhões); Coréia do Sul, 7% (2,3 milhões); África do Sul, 5,9% (1,7 milhão); Reino Unido, 5,7% (2,2 milhões); Arábia Saudita, 4,7% (501 mil); França, 4,3% (1,6 milhão); Alemanha, 4,1% (2,1 milhões); Rússia, 3,9 % (3,7 milhões); Itália, 3,7% (1,3 milhão); e Japão, 3,3% (2,5 milhões).
Seis países que integram o G-20 não participaram desta edição da GEM. São eles: Austrália, Canadá, Índia, Indonésia, México e Turquia.
Fonte:http://www.sebraepr.com.br
terça-feira, 8 de junho de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)